Em biologia marinha e limnologia chama-se fitoplâncton ao conjunto dos organismos aquáticos microscópicos que têm capacidade fotossintética e que vivem dispersos flutuando na coluna de água[1].
Fazem parte deste grupo organismos tradicionalmente considerados algas e estudados como tal pela botânica, mais especificamente pela ficologia. Contudo, dentre estas, há um grupo de grande importância sanitária e de saúde pública, que é também classificado como bactéria, as cianofíceas ou "algas azuis". A divergência de autores quanto a classificação dos organismos pertencentes a este grupo deve-se ao fato de possuírem características de células vegetais (presença de clorofila em cloroplastos e parede celular com celulose) e de bactérias (material nuclear disperso no citoplasma). Hoje as algas azuis ou cianobactérias, nome atualmente mais empregado, são limitadas pelas legislações ambientais para águas potáveis, devido ao fato de que algumas cepas produzem toxinas (cianotoxinas) que podem ser letais para os mamíferos.
Outros organismos pertencentes ao fitoplâncton também são classificados em vários clades dos Protista, como alguns flagelados e ciliados com capacidade de realizar a fotossíntese, como os organismos da classe Euglenophyceae. Vários gêneros, como Euglena spp. são fotossintetizantes facultativos, isto é, na ausência de luz podem sobreviver como um ser heterotrófico.
Em águas correntes (rios e ribeirões) o grupo mais importante, pela sua abundância e diversidade, é o das diatomáceas, organismos microscópicos com pigmentos amarelo-dourados e carapaça externa de sílica, que protege as células da agressão mecânica causada pela correnteza. Por outro lado, em lagos e represas as algas da classe Chlorophyceae são mais diversas e abundantes. Possuem estruturas que favorecem a flutuação, que no entanto são frágeis. Neste grupo estão algas de grande beleza.
Apesar de normalmente se considerar o plâncton como constituído de organismos microscópicos, há algumas algas castanhas, como certas espécies de sargasso, de grandes dimensões, que podem viver livremente no meio do oceano sendo, portanto, igualmente parte do fitoplâncton.
[editar] Importância ecológica do fitoplâncton
O fitoplâncton encontra-se na base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos, uma vez que serve de alimentação a organismos maiores. Está na base porque pertence ao nível trófico dos produtores[1].
Além disso, acredita-se que o fitoplâncton é responsável pela produção de cerca de 98% do oxigênio da atmosfera terrestre.
[editar] Florescimento ou "bloom"
O fitoplâncton também pode ser responsável por alguns problemas ecológicos quando se desenvolve demasiadamente: numa situação de excesso de nutrientes e de temperatura favorável, estes organismos podem multiplicar-se rapidamente formando o que se costuma chamar "florescimento" ou bloom (palavra inglesa que é mais usada). Nesta situação, a água fica esverdeada mas rapidamente, de um a dois dias, dependendo da temperatura, se torna acastanhada, quando o plâncton esgota os nutrientes e começa a morrer. Nessa altura, a decomposição mais ou menos rápida dos organismos mortos pode levar ao esgotamento do oxigênio na água e, como consequência, à morte em massa de peixes e outros organismos.
Esta situação pode ser natural - no caso de um afloramento intenso - mas pode também ser devido a uma situação de poluição causada pela descarga em excesso de nutrientes na água. Neste caso, diz-se que aquela massa de água se encontra eutrofizada. Em água doce, quando esta situação se torna crônica, a água pode ficar coberta por uma camada de algas azuis que flutuam na sub-superfície da coluna d'água.
Nos florescimentos naturais, o problema cessa quando os nutrientes se esgotam ou a temperatura se afasta dos níveis ótimos.
Um outro caso de florescimento prejudicial é o caso das marés vermelhas, quando a água do mar fica com uma coloração castanho-avermelhada. É causada pelo desenvolvimento de organismos que liberam toxinas na água, normalmente "algas castanhas" microscópicas do grupo dos dinoflagelados. Este fenômeno, cujas causas ainda não são bem conhecidas, (mas em que a poluição costeira parece ter também responsabilidade), tem sido responsável pela destruição de muitas instalações de aquacultura marinha.
Em biologia marinha e limnologia chama-se zooplâncton ao conjunto dos organismos aquáticos que não têm capacidade fotossintética (heterotróficos ou heterótrofos) e que vivem dispersos na coluna de água, apresentando pouca capacidade de locomoção (são, em grande parte, arrastados pelas correntes oceânicas ou pelas águas de um rio)[1].
Fazem parte deste grupo muitos animais, entre os quais os mais abundantes são crustáceos, principalmente os copépodes, e outros seres tradicionalmente considerados e estudados como tal, mas atualmente classificados em várias clades dos Protistas.
Apesar de normalmente se considerar o plâncton como constituído de organismos microscópicos ou, pelo menos, muito pequenos, há alguns organismos planctônicos, como as salpas, que podem formar colônias com vários metros de comprimento.
[editar] Importância ecológica do zooplâncton
O zooplâncton é o segundo elo da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos: estes organismos alimentam-se do fitoplâncton e do bacterioplâncton - são consumidores primários, apesar de haver neste grupo alguns predadores - e, por sua vez, servem de alimentação a organismos maiores. Algumas espécies de baleias alimentam-se quase exclusivamente de "krill", um pequeno camarão pelágico muito abundante em águas temperadas dos oceanos.
Apesar de se dizer que os zooplanctontes (tal como, em parte, muitos fitoplanctontes) têm pouca capacidade de locomoção, uma vez que apenas possuem cílios, flagelos ou barbatanas rudimentares, grande parte destes organismos tem a capacidade de realizar migrações verticais na coluna de água, alterando a sua densidade relativamente à da água. Estas migrações permitem-lhes, não só escaparem dos predadores (afundando para águas profundas, portanto com menos luz, durante o dia e subindo para perto da superfície, onde têm mais alimento, à noite), mas também aproveitarem correntes de fundo para se deslocarem para regiões onde as condições ambientais lhes são mais favoráveis.
Além disso, o zooplâncton pode ser utilizado como indicador da qualidade da água, já que esses pequenos organismos respondem rapidamente às modificações do ambiente, tais como ocorrem quando existe emissão de poluentes químicos e despejo de esgoto.
Ictioplancton
Em biologia pesqueira chama-se ictioplâncton ao conjunto dos ovos e larvas de peixess que apresentam um comportamento planctónico